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Monday, November 22, 2010

Mare Tranquilitatis

Mesmo no nosso satélite constantemente bombardeado por meteoritos e afins existe um local, calmo, sereno, onde até o Homem já caminhou e fez perdurar a sua pegada, o Mar da Tranquilidade...



"O Meu Olhar Azul como o Céu"

O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta ...
Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol ...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIII"
Heterónimo de Fernando Pessoa



Thursday, November 18, 2010

Cumplicidade

rasteiro é o destino do Homem, e por mais que tentemos inúteis todos os seus anseios, não cria, mas creio hoje, que por mais voltas que dê, por mais mundos ou mares que navegue, o que tiver que ser unido, sê-lo-á, mesmo estando eu sentado sem percorrer caminho algum...

por cada lágrima que verteste
eu verti uma também
por cada sorriso que deste
eu sorri também

por cada instante que recordaste
minhas memórias viveram também

por cada vez, que teus j'olhos se fecham
e os meus lábios recordam
os teus j'olhos eu recordo sempre que os meus se fecham

por cada vez, que o teu coração salta
ao ponto de quase te sair do peito
salta o meu também na ânsia de tocar no teu

para nós o tempo tem Sem horas,
é divido Sem minutos, Sem segundos
Sem qualquer instante
para nós, a força do destino torce-nos o caminho unindo-os numa longa trança
e neste amplexo entrelaçado
correm nossas vidas
vivem nossos corações

Wednesday, November 17, 2010

veritas liberabit vos

por vezes um gesto vale mais do que uma palavra
e um olhar mais que uma imensidão de palavras,


libertar-mos as mágoas do nosso coração, perdoando a quem nos magoa, entendendo o porquê faz de nós seres humanos, "errare humanum est" o caminho não se faz sem dor, e é olhar à nossa volta e ver que ao pé de nós estão de facto pessoas extraordinárias!


"Desculpa-me" é o primeiro passo, sed perseverare diabolicum, pois continuar no erro seria a prisão!


Por ti buscarei todos os mares
navegarei por todas as galáxias
matarei todos os mitos e monstros de todas as lendas
por ti, contigo, a teu lado
a verdade foi libertada
o erro anunciado
e o amor mostrará o caminho

Monday, November 15, 2010

Fade into you

I want to hold the hand inside you
I want to take a breath that's true
I look to you and I see nothing
I look to you to see the truth
You live your life
You go in shadows
You'll come apart and you'll go black
Some kind of night into your darkness
Colors your eyes with what's not there.

Fade into you
Strange you never knew
Fade into you
I think it's strange you never knew

A stranger's light comes on slowly
A stranger's heart without a home
You put your hands into your head
And then it's smiles cover your heart

Fade into you, So Tonight That I Might See, Mazzy Star, 1994

http://www.youtube.com/watch?v=9eptj2EZ4xE

Sunday, November 7, 2010

crucifixio

crucificados
ELE por compaixão
EU porque não consigo fugir

Thursday, November 4, 2010

et lux in tenebris lucet

já não me lembro quantos dias de luz tive nestes tempos
pois é a escuridão quem me acompanha
é noite quando me deito
continua noite quando acordo

minha vida é um lutar
constante
enfrentando a terrível imensidão
do vazio infinito em que vivo

por ti busquei estrelas
pintei a lua
por ti, iria buscar galáxias de sonhos
por ti
por mim
um olhar
tocando na profundeza do coração
bastaria

por ti
por mim
um sorriso traria a lua
a simplicidade
o amor

partiste

na esperança que o dia volte
e ilunine a escuridão
"et lux in tenebris lucet"

luto
para não me afogar
neste mar
neste mar sem fim

Monday, November 1, 2010

Acreditar

podes crer
se eu pudesse acreditar que o amor existe, e não a ilusão
se me pudesses fazer acreditar que a morte não existe nem a dor,
que se eu pudesse voltar a ver que a vida é bela, e tudo vale a pena
que se eu pudesse
aquilo que não posso
podes crer
que seria eu a crer em ti
que seria eu a ir buscar o sol, a lua, o mar,
que seria eu que renegando a vida
me entregaria a ti e à tua dor
e acreditaria enfim, por fim no amor,
e cansado por fim de viver só
cansado por fim de passear em vão
pelo mundo de sofrimento e dor
seria eu que iria suplicar a esmola ardente do fogo
desse sol, desse luar
que és tu e o mar
o mar sem fim do amor