Natal de 1971
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
As cinzas de milhões?
Natal de paz agora
Nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
Num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
Roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
Em ser-se concebido,
Em de um ventre nascer-se,
Em por de amor sofrer-se,
Em de morte morrer-se,
E de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
Quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
Num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
Com gente que é traição,
Vil ódio, mesquinhez,
E até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Ou dos que olhando ao longe
Sonham de humana vida
Um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
E torturados são
Na crença de que os homens
Devem estender-se a mão?
Jorge de Sena, Exorcismos
Muito mais do que uma dissertação pública do sentir este local é um manifesto, onde a mensagem poderá ser explicita, implicita de forma mais, ou menos, directa.
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Friday, December 21, 2012
Wednesday, October 24, 2012
Thursday, September 27, 2012
comprehendere
eu sou daqueles que aprenderam que um abraço, um sorriso ou um dia no parque, vale mais que mil brinquedos...
aprendi também que dividir uma sande, vale mais que uma mesa cheia...
mas ensinou-me a vida a comprehendere que tal nem sempre é suficiente...
mas dá a bagagem que falta...
e há muitos que enfim, não comprehendunt, por vezes nem a vida, nem a mim...
aprendi também que dividir uma sande, vale mais que uma mesa cheia...
mas ensinou-me a vida a comprehendere que tal nem sempre é suficiente...
mas dá a bagagem que falta...
e há muitos que enfim, não comprehendunt, por vezes nem a vida, nem a mim...
Monday, July 30, 2012
memories
há 10 meses que não descia aquelas escadas
as que vão dar ao areal onde poisam as gaivotas e onde as galinhas-de-água brincam nas ondas em busca de algo para comer
saiu um...
bom dia!
reinava o silêncio habitual da hora exacta da baixa-mar na manhã de hoje, 6h43...
todos os reflexos faziam lembrar um mundo irreal, naquele espaço-tempo que apenas pertence a quem por lá viaja, mantendo-nos ligado ao real apenas pelo cheiro inconfundível do misto maré-lodo-algas-iodo!
fui, em busca da paz, das respostas às constantes dúvidas.
Veio a saudade, ao procurar saber de ti, de vós...
as que vão dar ao areal onde poisam as gaivotas e onde as galinhas-de-água brincam nas ondas em busca de algo para comer
saiu um...
bom dia!
reinava o silêncio habitual da hora exacta da baixa-mar na manhã de hoje, 6h43...
todos os reflexos faziam lembrar um mundo irreal, naquele espaço-tempo que apenas pertence a quem por lá viaja, mantendo-nos ligado ao real apenas pelo cheiro inconfundível do misto maré-lodo-algas-iodo!
fui, em busca da paz, das respostas às constantes dúvidas.
Veio a saudade, ao procurar saber de ti, de vós...
Friday, July 27, 2012
Friday, July 20, 2012
Friday, July 13, 2012
Monday, July 9, 2012
...para sempre
basilar, a amizade de quem em união partilha (ou)
tontos os que não as distinguem, idiotas os que não entendem as diferenças
mesmo a mágoa nunca poderá ser superior
daria exactamente os mesmos passos hoje
apesar da força do meu sentir unilateral
não desprezo o que fica até ao resto da vida
não me é hoje indiferente quem ontem me estendeu a mão
e não OUSO moralizar ninguém
não me atrevo a ensinar a magoar para educar
basilar, a amizade de quem em união partilha (ou)
tontos os que não as distinguem, idiotas os que não entendem as diferenças
mesmo a mágoa nunca poderá ser superior
daria exactamente os mesmos passos hoje
apesar da força do meu sentir unilateral
não desprezo o que fica até ao resto da vida
não me é hoje indiferente quem ontem me estendeu a mão
e não OUSO moralizar ninguém
não me atrevo a ensinar a magoar para educar
Tuesday, June 26, 2012
curioso...
curioso...
como a cada novo passo das nossas vidas
há um vento que nos liga
ainda que uma ligeira brisa
não deixa esquecer
porque será?
como a cada novo passo das nossas vidas
há um vento que nos liga
ainda que uma ligeira brisa
não deixa esquecer
porque será?
Tuesday, June 12, 2012
Friday, June 8, 2012
miragem
juntos
corríamos o deserto
o oásis que encontrámos
desprezaste-o, tomaste-o como miragem
para mim
que para ele corri
foi miragem
corríamos o deserto
o oásis que encontrámos
desprezaste-o, tomaste-o como miragem
para mim
que para ele corri
foi miragem
Friday, June 1, 2012
para lá do infinito
incompreensível, a tua fuga para lá do infinito,
vergonha, raiva ou subserviência?
vergonha, raiva ou subserviência?
Friday, May 25, 2012
Thursday, May 24, 2012
nas antípodas
aqui há quem não tenha dinheiro, mas há muito dinheiro
aqui há quem não tenha de comer, mas não falta comida
aqui há quem não tenha casa, mas não faltam sítios para morar
aqui há quem não trabalhe, mas não falta trabalho
aqui muitos não têm oportunidade, mas não faltam oportunidades
ou se ama, ou se odeia
aqui vive-se, sente-se, respira-se o calor
aqui é Luanda
aqui há quem não tenha de comer, mas não falta comida
aqui há quem não tenha casa, mas não faltam sítios para morar
aqui há quem não trabalhe, mas não falta trabalho
aqui muitos não têm oportunidade, mas não faltam oportunidades
ou se ama, ou se odeia
aqui vive-se, sente-se, respira-se o calor
aqui é Luanda
Thursday, May 17, 2012
Wednesday, May 16, 2012
sorrisos
queria dar-te 25 beijos, mas não posso tocar-te
queria rodopiar contigo 25 vezes, mas não te consigo agarrar
queria berrar contigo, 25 gritos, mas que adianta berrar se não me ouves?
queria subir 25 montanhas contigo, mas como fazê-lo quando a montanha nos separa?
queria rebentar contigo 25 balões como duas crianças em alegria, mas neste jardim não há mãos para os agarrar
queria dizer-te que te amarei nos próximos 25 anos, mas não sei
queria passar os próximos 25 a teu lado, mas não queres
quis apenas dar-te 25 sorrisos e sonhar com eles
queria rodopiar contigo 25 vezes, mas não te consigo agarrar
queria berrar contigo, 25 gritos, mas que adianta berrar se não me ouves?
queria subir 25 montanhas contigo, mas como fazê-lo quando a montanha nos separa?
queria rebentar contigo 25 balões como duas crianças em alegria, mas neste jardim não há mãos para os agarrar
queria dizer-te que te amarei nos próximos 25 anos, mas não sei
queria passar os próximos 25 a teu lado, mas não queres
quis apenas dar-te 25 sorrisos e sonhar com eles
Monday, May 14, 2012
Tuesday, May 8, 2012
(des)esperança
disse-te um dia que gostaria de ser estátua para não te olhar
por ti aprendi hoje a amar as estátuas que não me olham
os caminhos sem fim cujo horizonte não vejo
desisti de qualquer calor
pois é o frio de ti que reina em mim
continuo a não ver as estrelas para além das nuvens
preso está, o meu coração
crucificado ainda
tal como Ele
mas eu, não consigo fugir
por ti aprendi hoje a amar as estátuas que não me olham
os caminhos sem fim cujo horizonte não vejo
desisti de qualquer calor
pois é o frio de ti que reina em mim
continuo a não ver as estrelas para além das nuvens
preso está, o meu coração
crucificado ainda
tal como Ele
mas eu, não consigo fugir
Wednesday, April 18, 2012
abnegação
Chovam lírios e rosas no teu colo!
Antero de Quental
Chovam hínos de glória na tua alma!
Hinos de glória e adoração e calma,
Meu amor, minha pomba e meu consolo!
Dê-te estrelas o céu, flores o solo,
Dê-te estrelas o céu, flores o solo,
Cantos e aroma o ar e sombra a palma.
E quando surge a lua e o mar se acalma,
Sonhos sem fim seu preguiçoso rolo!
E nem sequer te lembres de que eu choro...
E nem sequer te lembres de que eu choro...
Esquece até, esquece, que te adoro...
E ao passares por mim, sem que me olhes,
Possam das minhas lágrimas cruéis
Possam das minhas lágrimas cruéis
Nascer sob os teus pés flores fiéis,
Que pises distraida ou rindo esfolhes!
Antero de Quental
Friday, April 13, 2012
Thursday, April 12, 2012
lágrima
de manhã quando olho ao espelho
depois da longa noite
vejo o somatório de todas as equações imaginadas
vejo olhos tristes, mas orgulhosos
questiono
o porque de tanto rancor do teu coração
olhando o mar
por vezes choro
e a lágrima percorre-me o rosto caindo n'areia
leva-a o mar
e o sol
esse nosso amigo febril
consome-a ao deleve, transformando-a em nuvem
e os ventos que sopram
fazem-na percorrer mundos
aqui e acolá
chovendo
molhando os rostos dos incautos
e o mundo sabe que choro
depois da longa noite
vejo o somatório de todas as equações imaginadas
vejo olhos tristes, mas orgulhosos
questiono
o porque de tanto rancor do teu coração
olhando o mar
por vezes choro
e a lágrima percorre-me o rosto caindo n'areia
leva-a o mar
e o sol
esse nosso amigo febril
consome-a ao deleve, transformando-a em nuvem
e os ventos que sopram
fazem-na percorrer mundos
aqui e acolá
chovendo
molhando os rostos dos incautos
e o mundo sabe que choro
El pozo
A veces te hundes, caes
en tu agujero de silencio, en tu abismo de cólera orgullosa, y apenas puedes volver, aún con jirones de lo que hallaste en la profundidad de tu existencia.
Amor mío, qué encuentras
en tu pozo cerrado? Algas, ciénagas, rocas? Qué ves con ojos ciegos, rencorosa y herida?
Mi vida, no hallarás
en el pozo en que caes lo que yo guardo para ti en la altura: un ramo de jazmines con rocío, un beso más profundo que tu abismo.
No me temas, no caigas
en tu rencor de nuevo. Sacude la palabra mía que vino a herirte y déjala que vuele por la ventana abierta. Ella volverá a herirme sin que tú la dirijas puesto que fue cargada con un instante duro y ese instante será desarmado en mi pecho.
Sonríeme radiosa
si mi boca te hiere. No soy un pastor dulce como en los cuentos de hadas, sino un buen leñador que comparte contigo tierra, viento y espinas de los montes.
Ámame tú, sonríeme,
ayúdame a ser bueno. No te hieras en mí, que será inútil, no me hieras a mi porque te hieres.
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Monday, March 26, 2012
Monday, March 19, 2012
pai, papá, papi, paie, cota, velho, ....
uma das mãos que nos guia tem um poder mais forte, mais imparcial, mais racional para nos preparar melhor para um futuro quase sempre incerto,
o tal do raspanete, o tal da recompensa apenas se merecida, o tal das longas conversas, das longas noites, da protecção desenfreada nas meninas e da primeira cerveja dos rapazes,
o amigo, que tenta porque tenta ter a nossa idade, porque já a teve,
o que nos ensina a lutar mesmo sabendo que os sonhos de hoje amanhã podem não existir,
que nos vê crescer e sermos adultos e não os sempre "inos",
o tal que nos ensina que hoje aqui está, mas amanhã não, tal como nós, estamos, para um dia não,
que nos deixa ir mas não partir,
aquele que por vezes não compreendemos,
ao qual só nos apetece berrar "porque não entendes tu!?" "porque és casmurro?!" "porque não cuidas de ti!?"
:) somos todos assim....seremos assim!
do amplexo entre a alma e o amor, fica um abraço sentido,
Xano
o tal do raspanete, o tal da recompensa apenas se merecida, o tal das longas conversas, das longas noites, da protecção desenfreada nas meninas e da primeira cerveja dos rapazes,
o amigo, que tenta porque tenta ter a nossa idade, porque já a teve,
o que nos ensina a lutar mesmo sabendo que os sonhos de hoje amanhã podem não existir,
que nos vê crescer e sermos adultos e não os sempre "inos",
o tal que nos ensina que hoje aqui está, mas amanhã não, tal como nós, estamos, para um dia não,
que nos deixa ir mas não partir,
aquele que por vezes não compreendemos,
ao qual só nos apetece berrar "porque não entendes tu!?" "porque és casmurro?!" "porque não cuidas de ti!?"
:) somos todos assim....seremos assim!
do amplexo entre a alma e o amor, fica um abraço sentido,
Xano
Thursday, March 8, 2012
Wednesday, March 7, 2012
Tuesday, March 6, 2012
Monday, March 5, 2012
Wednesday, February 29, 2012
Como queiras...
afinal na guerra morrem inocentes e afins... não se olha a meios...
pena porém... que não se entenda a desonestidade de tais actos...
Friday, February 24, 2012
Thursday, February 16, 2012
say goodbye to old friends
saíram da minha vida pessoas
amigas, bonitas,
não sei porquê, mas partiram
continuo a voar com o vento,
deixo-as partir,
não porque não as ame,
mas porque quiseram tomar outros rumos
continuarei
um dia, se os nossos ventos se cruzarem
aqui estarei
amigas, bonitas,
não sei porquê, mas partiram
continuo a voar com o vento,
deixo-as partir,
não porque não as ame,
mas porque quiseram tomar outros rumos
continuarei
um dia, se os nossos ventos se cruzarem
aqui estarei
Monday, February 13, 2012
Thursday, February 2, 2012
ventos siderais
todo o teu vento percorre as montanhas mais altas
navega por espaços, lugares e galáxias distantes
o que busca encontrou
mas desprezou
todo o meu vento se perdeu
quando com o teu se cruzou
não rogo qualquer instante
tudo do que ficou me faz sorrir
desejo eu que um dia outro vento
também sorria ao cruzar o teu
não há Primavera mais bonita
não há estrela que brilhe como teu olhar
mas,
quero que o vento me traga um novo sorrir
e que a sorte não mo tire
não, porque não te ame,
mas porque apenas escuto o eco
e porque ao olhar-me ao espelho
uma fada contou-me
que tenho de fazer alguma coisa pela minha vida
e que este vazio que sinto,
é como as redes dum barco,
que vazias passam o dia à espera da noite
e eu anseio essa noite
navega por espaços, lugares e galáxias distantes
o que busca encontrou
mas desprezou
todo o meu vento se perdeu
quando com o teu se cruzou
não rogo qualquer instante
tudo do que ficou me faz sorrir
desejo eu que um dia outro vento
também sorria ao cruzar o teu
não há Primavera mais bonita
não há estrela que brilhe como teu olhar
mas,
quero que o vento me traga um novo sorrir
e que a sorte não mo tire
não, porque não te ame,
mas porque apenas escuto o eco
e porque ao olhar-me ao espelho
uma fada contou-me
que tenho de fazer alguma coisa pela minha vida
e que este vazio que sinto,
é como as redes dum barco,
que vazias passam o dia à espera da noite
e eu anseio essa noite
Tuesday, January 31, 2012
Monday, January 2, 2012
queria apenas...
queria apenas voar
para que
ao silêncio do vento
o eco da tua voz
tomasse conta do meu sentido
queria apenas ser gota
para percorrer
os montes e vales do teu corpo
até evaporar
queria
que o amplexo de outrora
se repetisse hoje
e que um beijo
voasse
ao sabor da brisa
e derretesse o iceberg que criaste entre nós
neste oceano comum
navegamos nos antípodas
eu
aquém
tu
além
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